quinta-feira, 28 de junho de 2012

Eletricidade sem fio

O que parecia ficção científica virou realidade. A tecnologia futurista já foi provada com sucesso, em 2011, na Consumer Electronics Show, de Los Angeles, a maior feira mundial eletroeletrônica. Lá, os visitantes puderam ver liquidificadores, batedeiras, tevês e computadores que funcionam sem estar ligados numa tomada. Para recarregar o celular, basta colocá-lo sobre uma base transmissora de eletricidade sem fio.

Os pesquisadores da “nova” tecnologia da eletricidade sem fio, na verdade, resgataram o conceito de indução magnética, descoberto por Michael Faraday em 1831. Segundo ele, a corrente elétrica que corre por um fio pode fazer o mesmo acontecer num fio próximo. Baseando-se no princípio de Faraday, o sérvio Nikola Tesla construiu, em 1890, duas enormes torres que transmitiriam corrente elétrica dos Estados Unidos pelo ar, capaz de ser recebida por aparelhos do mundo todo. Isso não aconteceu, mas Tesla conseguiu acender lâmpadas a distância.

Em 1988, o professor John Boys, da Universidade de Auckland (Nova Zelândia), construiu o primeiro protótipo de fonte de alimentação elétrica que dispensava contato físico com os equipamentos alimentados. A tecnologia foi patenteada pela empresa da universidade onde foi criada. Em 2008, a Intel Corporation conseguiu reproduzir os modelos de Tesla e do grupo de John Boys, acendendo uma lâmpada sem usar fios, com luminosidade satisfatória. Nos EUA, o vanguardista Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) lidera as pesquisas no campo. Um invento do professor croata Marin Soljacic faz funcionar uma tevê colocada a 1,5 metro do transmissor.

Fotos: Divulgação / Shutterstock
Para carregar o celular, basta colocá-lo sobre o braço da poltrona.
Tecnologias distintas 


Já existem empresas oferecendo ao mercado tecnologias capazes de transmitir, com segurança, a energia pelo ar. O objetivo principal é desobrigar aparelhos criados para ser portáteis – como celulares, tablets e notebooks – de recarregar as baterias constantemente.


Os experimentos atuais se baseiam em três tecnologias: acoplamento indutivo, radiofrequência e ressonância acoplada magneticamente. A Fulton Innovation, de Michigan (EUA), criou o sistema eCoupled, já disponível para a polícia, o corpo de bombeiros e equipes de resgate. Trata-se de um aparelho de acoplamento indutivo sobre o qual podem ser colocados artefatos móveis para ser recarregados magneticamente.


O sistema de radiofrequência, por sua vez, tem a vantagem de trabalhar com distâncias maiores, de até 26 metros, pois a eletricidade é transformada em ondas de rádio captadas por um receptor, que as converte novamente em corrente de baixa voltagem. A radiofrequência já está sendo usada pelo Departamento de Defesa dos EUA e em breve estará disponível em pequenos aparelhos domésticos.


Fonte: Revista Planeta, 2012

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